Me desculpe quem ache que ser mãe é padecer no paraíso....mas hoje estou arrasada!!!!!!
Desde que me torneio mãe, convivo com a culpa e a dúvida 24h por dia e 365 dias por ano e não adianta me falarem que é assim mesmo, pois ainda não consigo aceitar. Me questiono por tudo: "se o Nícolas está se alimentando bem, se está com frio ou com calor,se desenvolveu a gagueira, se é levado, se não respeita as regras e por aí vai".Me sinto impotente muitas vezes e me intitulo uma péssima mãe na maioria dos casos e frente a algumas situações.
Na semana passada fomos ao aniversário do filho de uma amiga, juro quer ao sairmos de casa falei, expliquei, pedi para que o pequeno se comportasse bem e tudo mais, quando chegamos à festa parecia que eu não havia falado nada, ele ficou o tempo todo atrás dos pais do aniversariante (parecendo um menino carente), do aniversariante e para completar cismou que queria presentinho (lembrancinha), com toda a calma expliquei que ele receberia ao final da festa e então foi o momento dele desejar ir embora, fez, falou e resmungou até ganhar a lembrancinha e não satisfeito queria que o amiguinho abrisse os presentes-o que foi a gota d'água naquele momento, decidi vir embora e me despedi com toda a educação e pedindo mil desculpas pelo comportamento do meu filho, mas por dentro estava morta de raiva e o pior, me sentindo culpada por aquela situação. Ao entrarmos no carro, dei uma bronca como jamais havia dado, falei tudo novamente e ele muito atento me olhava com os olhos mais espantados do mundo, acho que estava realmente brava, tanto que em nenhum momento o Marcelo intercedeu na conversa. No dia seguinte liguei para a minha amiga, muito sem graça e me desculpando novamente pelo ocorrido e ela toda gentil me disse que criança é assim mesmo, acredito que me falou com toda a sinceridade, mas no fundo acho que foi para me confortar mesmo.
A semana passou, conversamos novamente e na quarta feira recebemos o convite da mãe de um amiguinho da escola para lancharmos juntos hoje, pois o filho dela gosta muito do Nícolas e o meu não para de falar o nome do amiguinho. Não comentei nada com o Nícolas até para não gerar um ansiedade maior.
Hoje pela manhã explique que iríamos a casa do amiguinho e que ele deveria se comportar bem, brincar com os amigos, que não é necessário ficar abraçando-os a todo momento, que sempre deve agradecer por tudo, que não deve pedir as coisas e etc. Almoçamos e lá fomos nós. Levei um bolinho para o nosso lanche e comprei um vasinho de violetas para a mãe do amiguinho, no qual o Nícolas fez questão de entregá-lo em mãos, o que fez todo feliz e sorridente, abraçou a todos, principalmente o amigo querido.
Havia mais duas mães da escola, mas não da mesma classe e uma menina linda. Levei também alguns brinquedos para que eles pudessem se divertir. Resumindo...foi um completo desastre, quando os amigos pegavam os benditos trenzinhos do Thomas, o Nícolas chorava, gritava e ficava até sem fôlego dizendo que não queria dividir os seus brinquedos com ninguém e eu com toda a paciência explicava que precisava dividir sim , pois todos estavam dividindo e que se ele não dividisse viríamos embora, ele novamente não teve dúvida e optou por vir para casa, mas depois mudou de ideia. Acho que esse teatro durou umas 2h e eu mooorta de vergonha sem saber se viria embora ou se ficava tentando contornar a situação, na verdade não sabia qual das duas opções seria a melhor diante daquela situação constrangedora
As mães foram super agradáveis novamente e diziam que os delas também se comportavam assim. Não consegui ficar sentanda conversando por mais de 30 minutos pois sempre estava "apagando um incêndio" e a conversa estava bem agradável, conversamos desde a vida profissional até a maternidade e as suas dificuldades, além dos acertos e erros. Contei a respeito da gagueira do Nícolas, do tratamento com a fono, do seu gênio difícil e voluntarioso, do seu nervoso descontrolado e elas me indicaram uma homeopata, que por sinal marquei a consulta lá mesmo, estava me sentindo muito bem em conversar com outras mães, ouvir relatos, as dificuldades, mas no fundo me sentinho culpada novamente pelo comportamento do Nícolas. Fui a 1ª a vir embora, lá pelas 19:30 e com um nó na garganta e uma vontade imensa de chorar. Lógico que quando entrei no carro desabei e ao contrário do que eu mesma imaginava, não brigue com o Nícolas, só perguntei se ele havia gostado de reencontar o amigo e ele com a carinha mais inocente e feliz do mundo me disse que havia adorado tudo. Brincou e brigou tanto que dormiu no carro mesmo.
Cheguei em casa arrasada e acho que ainda estou. Conversei muito com Marcelo e nos questionamos onde estamos errando com ele, pois quando ele faz algo errado, nós falamos, explicamos, colocamos ele para pensar, mas parece que não adianta de nada.
Vou tentar me acalmar e amanhã quando ele acordar iremos conversar novamente e por enquanto vou deitar e pedir muito a Deus e ao anjinho de guarda a do meu filho que faça com que ele seja menos egoísta, menos carente e que aprenda a conviver sem que seja o centro das atenções. E também não posso me esquecer de pedir luz e discernimento para fazer as escolhas certas.